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quinta-feira, agosto 12, 2010

A sabedoria do Ramadão

Nesta altura que faz um calor infernal em todo o país, estando a morar no Algarve, o Suão não perdoa e estabiliza o clima num forte CALOR.

Disto isto, sabendo que hoje é o primeiro dia da lua nova e do Ramadão, não posso deixar de valorizar a sabedoria do Islão que reinou nesta parte do mundo por mais de 700 anos...

Sendo fortemente caucasiano, soou que nem um porco com a mais ínfima nota de calor: Neste caso, sou um rio transbordando de cada poro.

E, nesta parte do hemisfério (norte), onde nasceu o Islão, não é de admirar que o jejum neste tempo seja uma regra saudável a cumprir.

Com tamanho calor, acordar cedo e saborear a frescura ténua algarvia, comendo um desjejum conforme manda o Alcorão, permite-me abraçar o resto da manhã em que começo a suar desalmadamente, cada vez mais...
Limito-me a beber líquidos, a manter-me fechado e abrigado de um sol não impiedoso, mas sim cruel.
Almoço é levessímo, uma sesta pela tarde, suor, suor e mais suor... Mal consigo trabalhar e encontro-me em cada movimento a meditar.
Meditar é a chave para chegar ao pôr-do-sol... brisas umas mais quentes que outras, sempre quentes...
Posto o sol no seu merecido descanso, volto-me para fazer uma jantar para a família: Carapaus grandes e bonitos na grelha e uma arroz muito malandro, com água de giseng e toranja, refogado à dãdã, com pimento verde à mistura e cubos de abóbora... Uma delícia de arroz muito amalandrado.
Petisco um vinho branco simples com uma pasta de atum que fiz para o almoço e torradas... Cai bem.
Suo, continuo a suar...
Feita a refeição com um tinto maduro, saio finalmente à brisa formosa da ria par ir por o lixo e tomar o meu café e whisky portuguezmente...
E contemplo a sabedoria islâmica que só tem como meta no Ramadão a conservação deste templo, vaso fraco, que é o nosso corpo, para que passemos o Suão em paz e com saúde, na mira de sabermos que há um Deus misericordioso.
Sinto satisfeito e grato com estes conhecimentos e contemplações minhas, mas que sei que forma pensados pro alguém muito mais sábio que eu há mais de mil e quatrocentos anos atrás...

Deus esteja connosco!

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