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quinta-feira, maio 25, 2006

"Empowerment" - Diálogo entre profissionais

Como vai, António Novais?

Bem, espero.

Tenho andado activo a envidar esforços no sentido de fomentar o seguinte:

a. Seminários/Workshop sobre as actividades imobiliárias para a comunidade conjunta Portuguesa e estrangeira dos profissionais das actividades imobiliários no Algarve;

b. Seminário de Actividade Imobiliárias, onde estou a trabalhar para ter patrocínio e oradores de: IAPMEI, IMOPPI, IEFP; GAPI/CRIA ligado à UALG, ESGHT, Associação de Empresários do Algarve; Formadores Imobiliários firmados que conheço;

c. 2 Cursos de Especialização com patrocínio da ESGHT da UALG, simultaneamente presencial e de e-formação, em estado avançado de preparação, com formadores reconhecidos; Um será de dedicado à Angariação Imobiliária e outro A Direito Processual (terreno pouco fértil, um pouco um "no-man's land");

d. Paralelamente, estes cursos serão apoiados em workshops em Inglês para os formandos estrangeiros que desejam frequentar em Português os dito cujos cursos.

Sei que anda a acalentar a ideia de uma associação de angariadores. Mas permita-me aventurar uma solução mais pragmática e que realmente dará força política a quem angaria: "Empowerment" via formativa e networking.

Gostaria muito de saber os seus pensamentos, pois - pelo que vejo - anda muito atarefado na actividade em si, como é natural, mas é um defensor de uma actividade nascida de um nada (IMOPPI), mas quem tem corpo e alma.

Cordialmente,

Daniel Foster da Silva

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Boa tarde, Daniel,

Cá pelo Porto está tudo bem.

A ideia de se formar uma associação de Angariadores Imobiliários foi-me transmitida por vários colegas que visitaram o meu blog.

No entanto não passa de uma ideia que me parece bastante distante.

Se puder, agradecia que me informasse melhor em que consiste o "Empowerment" via formativa e networking.

Parabéns pelo seu trabalho!

Cumprimentos

António Novais

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António,

"Empowerment" é uma expressão Inglesa que significa dar a alguém autoridade ou a liberdade para realizar algo.

Tendo no passado sido elemento activo de várias associações e redes, bem como empresário (típico ou não, depende do ponto de vista) mediador imobiliário, sempre defendi que as actividades imobiliárias são feitas por pessoas singulares, que podem ter figura jurídica colectiva, mas sobretudo são indivíduos.

A prática sempre me provou isso.

Se por um lado, existe uma forte oposição aos mediadores e angariadores por parte dos juristas (não sendo regra, com o crescente desemprego de jovens advogados e a dureza fechada da Instituição de Direito, não se pode duvidar); Por outro, os mediadores não desejam ver ser "vendedores" mandarem em nada.

Assim, vejo outras formas de criar "momentum" na busca de coexão entre os profissionais abertos a novas realidades:

- A Formação Imobiliária que tem como exlibris os cursos de preparação, mas que terá a sua força maior nos cursos de especialização e pós-graduação que estoua organisar na ESGHT da Universidade do Algarve, onde a componente de e-formação será um trunfo muito útil;
- Semináriosde Actividades Imobiliárias, onde já tenho o empenho de diversas entidades como o IAPMEI por exemplo, que servirão para mediadores e angariadores crescerem como colegas e não adversários.

Não sendo apologista do negócio sobre o negócio imobiliário (franchising), pois já basta a carga tributária e contributiva que cada um tem, tão pouco acredito em associações ou cooperativas.

Assim, penso seriamente na criação de uma empresa que possa fornecer aos profissionais um menu (à la carte) onde cada um irá buscar aquilo que necessita e tão somente isto; Acoplado a um SMAI (sistema de angariação múltipla) que poderá ser o imoguia, imokapa ou compracasa.

Mas, e aqui está a razão de ser disto, necessariamente a um custo reduzido e sem "royalties".

O mercado Português não permite comissões sobre comissões, senão aquelas que já existem: das empresas de mediação e dos angariadores.

A expressão associativa só fará sentido se a APEMIP crescer para abraçar os angariadores ou, numa fase longínqua como expressão de classe onde existam cursos superiores das 2 actividades... Futurismo a meu ver.

Diga-me da sua justiça.

Cumprimentos.

Daniel

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Caro Daniel,

A sua resposta corresponde à ideia que eu tinha de "Empowerment".
Aparentemente é uma ideia que traria vantangens para todos.

À países em que todos os imóveis estão disponíveis numa base de dados comum e são partilhados por todos os agentes.

Para isso ser uma realidade terão que obrigatoriamente existir empresas de mediação com uma visão Nacional e uma associação (APEMIP) liderada por pessoas ao serviço de todos (Mediadores e Angariadores).

Como é que a APEMIP em vez de criar uma base de dados Nacional em que todos os seus afiliados pudessem colocar os seus imóveis, criando assim a maior base de dados do país, cria a rede comprarcasa fazendo concorrência directa a muitos dos seus afiliados, usando ainda por cima os recursos (finançeiros e outros) de todos?
Um qualquer cidadão que veja a publicidade da rede comprarcasa fica com ideia que só as Imobiliárias aderentes são credíveis.

Então as muitas Imobiliárias que optam por não aderirem à rede comprarcasa ou por aderirem a outras redes (RE/MAX, ERA, etc...) devem continuar a pagar as suas cotas, não sendo elas obrigatórias?

A verdade é que a Mediação Imobiliária está a mudar sendo hoje muito diferente do que era à 11 anos quando comecei, mas ainda há muita coisa a melhorar.

E são pessoas como o Daniel que aceleram a mudança.

Cumprimentos

António Novais

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António,

O sistema que o António refere chama-se MLS ou multiple listing system que eu traduzo como sistema de angariação multipla.

Na verdade, esse sistema em países como os EUA ou a África do Sul nunca são nacionais mas sim regionais, muitas localizadas em cidades de grande dimensão.

E a ReMax tem tentado adaptar esse sistema, para tal usando o regime de exclusividade aberta, sendo grande sucesso.

Já deve ter se apercebdo que sou uma espécie de "dom quixote" das actividades imobiliárias: Participei na feitura do Grupo IMMO no início dos anos 90, da tentativa de introdução da rede Homenet e no arranque do compracasa - Todas iniciativas às quais teci fortes críticcas pelos motivos que Vc enumerou neste e-mail.

Daí ter estado a trabalhar no sentido de implementar um sistema que realmente funcione e seja abrangente.

Antonio, proponho que possamos passar este diálogo para os blogs, coisa que ire fazer nos meus. Assim, poderemos estimular outros a participarem.

Daniel

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Vamos a isso !

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António,

Sinto que estamos a agir bem. teremos, no entanto, de percepcionar a delicadeza dos assuntos.

De facto, o meu caminho é de ver os angariadores e mediadores a gerarem negócio sobre o negócio mas para si, directamente; Os profissionais entenderem que é na angariação que está a chave do negócio das actividades imobiliárias, por isso, há necessidade de angariadores imobiliários verdadeiros gestores de negócio e empresários a gerirem carteiras e não apenas uns meros assistentes da actividade das empresas de mediação imobiliária.

Porquê? Porque as empresas são uma falácia do Estado para arrecadar mais impostos e contribuições e não uma solução empresarial.

Daniel

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domingo, janeiro 08, 2006

Vender é saber viver.

Se bem que é sobejamente conhecido a noção de que "uma pessoa nasce boa vendedora", o facto é que não é bem assim. Mesmo tendo em conta esse tal factor X, o valor genético ou dom, se olharmos com atenção acabamos por reconhecer em todos nós a qualidade de vendedores.

Quer isto dizer, que a formação nas vendas e nas demais matérias que envolvem estas actividades não pode ser leviana:

Tem de ter em linha de conta que se trata sempre de uma educação de um elemento da sociedade com responsabilidades acrescidas para com os demais;

Logo, é imperativo que haja uma correcta apropriação de conhecimentos e de técnicas para que todo e qualquer "bom vendedor" leve àvante a sua profissão.

Trata-se também de não deixar em mãos alheias aquilo de que mais valioso estas actividades têm: O factor humano.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Is selling not life?!?

It is often thought that certain people are "born salespersons". We forget that it rarely is the case.

Even taking into consideration that such a factor X can exist, whether of genetical value or simply a gift, if we look closely we find that everyone has this salesperson's quality.

It may be deep inside, but sure enough, one finds that selling is to know how to live: It may be just trying to survive, but more often than not it's all about discovering the quality life has and that is at our arms reach. If only we learn to sell...

So when one talks about training in sales and other relevant subjects, that envelop the real estate activities, one should not take it lightly: Selling or buying real estate demands understanding the full scope of the responsabilities they entail; The right approach should be made in training to allow the professional to follow the most appropriate knowledge and skills that can really elevate him or her into true "salepersonship", and thus become the "good salesperson" the market wants.

One should keep in perspective that real estate activities are by and large dependent on one thing and one thing alone: The human factor

The credit system has arrived!

When we said good-bye to 2005 and joyfully faced the incoming year, not many of us had the mind or heart to dwell on IMOPPI's system of credits as defined by the now famous portaria 1326.

Brokers and listers alike have been drawn into the vast framework of the training world - seeded in the Bologne process: A period of 3 years where some sort of insurance must be ascertained by IMOPPI that those in the real estate business undergo training and retraining to better their professional abilities.

In essence, the real estate professionals have now become officially obliged to attain six "training" credits every three years - which is the lifespan of a licence or enrolment, depending on whether you are a broker or a lister.

What IMOPPI doesn't realise, among many others, is that this in turn takes us into the sphere of re-interpretating such activities and their training, understood until now as merely intuitive and - as the Portuguese have said in the past, "para inglês ver" (For the English to see).

Training has been cast under the rug over the last 20 years, since Portugal joined the EU, and like so many other countries has treated professional training as some sort of escape goat.

It's time real estate training be taken seriously and looked in the eyes.

The pertinence of IMOPPI's credit system is in augmenting the need for training solutions not yet fully developed which can permit all that has been said herein happen.

It is up to trainers, training schools, associations and the universities to offer the professionals credible, reliable solutions that can incorporate the spirit of real estate practice in Portugal.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Eis chegado o sistema de créditos!

Entrou em vigor no passado dia 1 de Janeiro de 2006 o sistema de créditos delineados pela portaria 1326. Na sua essência, o profissional das actividades imobiliárias passa a estar obrigado a obter seis desses créditos "formativos", de três em três anos.

Com isto, o profissional das actividades imobiliárias é levado à sua inserção num sistema mais vasto da formação profissional, tida no âmbito do processo de Bolonha:

Assegurar que durante o período de 3 anos - da vida de uma licença ou inscrição respectivamente - haja uma actualização e um aperfeiçoamento da carreira profissão deste empresário e técnico.

Isto obriga a uma nova leitura das actividades e da sua formação, até aqui tidas como intuitivas e "para inglês ver".

Entes culturais e sociais, os mediadores e angariadores necessitam de uma formação voltada para as suas actividades, cujas especificidades ultrapassam, mas sintetizam, especializações formativas tão dispares como engenharias, arquitecturas, gestão e direito, fiscalidade e o financeiro.

Eis, então, a pertinência e necessidade de o IMOPPI ter instituido um sistema de créditos que fomenta soluções formativas à altura e imagem do mediador e do angariador profissionalizados e capazes.

A prática imobiliária é pessoa adulta há muito tempo. Daí a sua formação pedir esse reconhecimento. E este site, e a formação nele contido, ter nascido para servir isso mesmo.

As opções formativas e de acreditação estão em aberto, cabendo aos formadores, entidades formativas, associações e universidades, a responsabilidade de oferecer aos profissionais soluções credíveis, fiáveis e voltadas para a prática das actividades imobiliárias.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Why I created a Portuguese Real Estate Practice website

www.realstatepractice.net/index_e.html

Over recent years, public concern has grown in Portugal on how real estate transactions are handled by brokers. In tune with Europe, Portuguese legislation has made an effort, not only to make such transactions more transparent, but also to develop human resources in these companies.
By coupling the commercial and managerial side of the business with training courses, "Sociedades de Mediação Imobiliária" (real estate brokers in Portugal) ensure an overall better service and reinforce their position in the market.
Over the years, since the 80's, and despite initial efforts by CMOPPI, followed by IMOPPI, there has never been a real link between real estate practice, professional training and the subsequent laws.
IMOPPI's efforts do deserve credit, but fail to hit the target.
This can be seen in the way most training companies lack the capacity to overcome the difficulties of reaching out into the field and joining theory with practice.
Nevertheless, real estate brokers have begun to realise the necessity for adequate treatment in producing active curriculae.
This portal also allows certified real estate brokers and listers to use the "Multiple Listing System" (MLS), with specialised directories, placed all over Europe and North America.
Slowly, but surely, this reflects on the market...

Porque criei o site da Real Estate Practice - Formação Imobiliária

A Real Estate Practice tem como missão a formação imobiliária integrada nas actividades de Mediação e Angariação Imobiliária, sendo esta completada pela fomentação da colaboração activa entre profissionais.


Como visão, o reconhecimento do mérito dos mediadores licenciados e angariadores inscritos, competentes e bem formados nas suas profissões, por parte dos consumidores.


Ao longo dos anos, desde a década de 80, e apesar dos esforços regulamentares iniciados pelo CMOPPI, secundados pelo IMOPPI, onde não devemos esquecer o trabalho em prol da actividade por parte da APEMIP, continua a faltar uma ligação concertada entre a prática do mediador, o empenho do formador e a legislação em si.

Situação essa agravada pela limitação imposta, por motivos correctos e necessários, à nova figura de angariador: Pessoa jurídica que carece de ajuste à realidade profissional e orgânica das actividades.

O esforço legislativo do IMOPPI é em si louvável. E de todo necessária. Por isso, cabe aos profissionais saberem digerir e incorporar os deveres que sobre si recaem, e contribuir com os seus pareceres junto do IMOPPI; Necessita-se que se enriqueça as pessoas jurídicas do mediador e angariador imobiliário, que se faça a ponte, viabilize a sua implementação, de modo que a legislação futura reflicta a prática das actividades.

Neste sentido, os profissionais devem associar-se, sendo a APEMIP de facto a entidade que melhor perfaz esse papel representativo. E as entidades formadoras devem ultrapassar os obstáculos que limitam a sua capacidade de resposta e ajustar a formação por si dada ao quadro eminentemente prático das actividades.

São os mediadores e angariadores imobiliários que pedem esse ajuste de conteúdos programáticos que eles mesmos desejam conhecer e praticar mais e melhor.

Este site tem a virtude de ser um "laboratório" orientado que fornece ferramentas de qualidade, especializadas e dedicadas a estas actividades em Portugal.

Serve de portal para a mediação e angariação imobiliária. E, por isso, incentiva o SMAI "Sistema Múltiplo de Angariação Imobiliária" conhecido como MLS, o intercâmbio de "links" entre websites nacionais e directórios direccionados e localizados em toda a Europa e a América do Norte.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

O caso da e-Formação que administro - Real Estate Practice

Não sendo exactamente um caso de sucesso - por ser talvez bastante exigente e muito conhecedor do formando-alvo que atinjo -, ao ler as várias participações, chego à conclusão que vale a pena apresentar com humildade e sem falsa modéstia a minha experiência no uso de e-formação.

Dou formação em mediação imobiliária há mais de 18 anos. E tenho vindo a fazê-lo em formato de e-formação desde que me desloquei para o Algarve em 2002.

http://www.realestatepractice.net/

Faço-o a 2 níveis:

Como módulos individuais

Integrado nos cursos presenciais.

Emprego necessariamente o e-mail, como veículo base, mas também blogs especifícos. A sessões síncronas são sempre e apenas para aqueles formandos que residem geograficamente distantes e cuja deslocação torna-se impeditiva.

Mas não deixo nunca de dar valorização especial a 2 factores fundamentais:

Formação presencial

Formação Um para Um

Embora seja Coordenador convidado e formador para a entidade formadora CECOA, na actividade de mediação e angariação imobiliárias, estes cursos são dados no âmbito de formador-formando.

Apesar de ser informado (por vários quadrantes) de que há desinteresse e desmotivação para este género de cursos e que não há candidatos, tenho os cursos sempre sobrelotados, desde Sagres a Tavira, passando pelo Estoril, Nazaré e Porto. E uma lista de espera para lá de 2006.

Re: Aquisição de Conhecimento e valor da escrita no e-Learning

No contexto da questão colocada pelo Hugo, entendo que o texto continua a ser um instrumento essencial (a própria estrutura da internet basea-se na "leitura" pelos "spiders" de texto...), encontrando noutros meios como o desenho (Quem não se lembra das gravuras nos livros em "O Nome da Rosa"?), imagens, sons - Sempre na óptica de ser complemento e não substituto.


A «escrita não linear» não é mais do que o produto dessas dimensões; Enquanto que o eLearning é uma ferramenta no uso dessas dimensões.


Veja-se, como exemplo curioso, http://www.geocities.com/Athens/Pantheon/2990/objetivos.html


Cito dessa página:


- "Buscando a compreensão do binômio Tecnologia e Educação, partindo dos recursos disponíveis no ambiente escolar, elaboramos um projeto que visa a construção de homepages, envolvendo a aquisição da linguagem verbal e não-verbal. A homepage é o resultado da elaboração de um sistema complexo simbólico de relações intertextuais e hipertextuais."- e -"Introduz-se novos elementos no desenvolvimento do indivíduo, e configura-se um outro tipo de escrita que exige um novo aprendizado. O aluno não conta apenas com o papel, a caneta e o dicionário, mas escreve num teclado, lê numa tela e seu texto é corrigido pelo auto-corretor de textos que lhe aponta os possíveis formas corretas. Para dominar a nova técnica, ele efetua processos de compreensão mentais mais complexos, diferente daquela do papel que ele já dominava."


- "O indivíduo depara-se com uma escrita não linear, pode fazer uso de imagens, palavras e sons simultaneamente, possui mobilidade espacial. Tudo isso facilita o processo de produção. A utilização de materiais diversos para ampliar ou representar um texto, dão à página um aspecto lúdico que transforma o ato de ler e escrever numa aprendizagem em forma de jogo."


Como formadores, devemos - no meu entender e prática - usar a escrita nesse contexto acima referido, multifacetado e sobretudo dinâmico na sua relação com o formando.


Fica-me, contudo, a sensação de que nos esquecemos de algo. Eu explico:


Defino à partida alguns vectores de análise, embora fora de contexto, que acabam por inflectir sobre as questões que o Hugo colocou:


a) O Conhecimento


Devemos manter presente que a forma escrita nunca foi necessariamente sinónima de Conhecimento: Na nossa civilização, a escrita verdadeiramente só surgiu com o Renascimento; Os Gregos davam a primazia à forma oral de transmissão conhecimento.


b) o "Gap"


Existem diversos "fossos" que ainda não foram abordados mas que limitam o e-learning:


1. A iliteracia informática da grande, esmagadora, percentagem da população divide cada vez mais a população e sobretudo as gerações.


Isto faz-me lembrar uma consultoria que fiz há poucos anos atrás para um construtor idoso de Albufeira; Cada vez que lhe explicava o que estava a fazer no seu computador, para ele e a sua empresa, surgia um esgar terrível na sua cara; Acabou, no final, por confessar que aquela máquina lhe fazia espécie e nada tinha percebido...


2. Na formação em geral, como em todas as áreas da nossa sociedade, existe um outro "entrincheiramento" que os Vossos comentários fazem sobressair: O das pessoas incapacitadas visual - e/ou auditivamente...


- Faz-me lembrar quando quis contratar em meados dos anos 90 um advogado invisual, via a ACAPO, para um dos meus escritórios; Todo o processo de aprendizagem foi, no contexto da actividade da mediação imobiliária, necessariamente oral. Não que ele não tivesse acesso a textos em Braille, mas existia uma imperiosa necessidade prática do exercício de funções...


c) Formas da aprendizagem e aquisição de conhecimentos


d) A dinâmica da formação


A formação, tal como o nosso ensino, peca por um excessivo uso do texto escrito, esquecendo que a oralidade, a musicalidade, o desenho manufacturado no quadro e na hora, são meios poderosos para motivar, incentivar e promover o formando na sua acção formativa.


Com isto termino dizendo que para mim o e-Learning terá sempre a necessidade de se misturar com a presencial, e que "as escritas" terão sempre de ser não lineares, pois de outro modo deixa de existir uma aprendizagem real e eficaz. Fica-se pelo faz de conta...


Pode ser portanto um grande contributo para a melhoria da formação.

Aquisição de Conhecimento e valor da escrita no e-Learning

A transmissão da Informação e de certa forma a aquisição do Conhecimento estão tradicionalmente dependentes da forma escrita. De facto, a primeira modalidade de ensino à distância (por correspondência) dependia quase exclusivamente dela. Modernamente os formatos «electrónicos» vieram permitir o enriquecimento dos conteúdos, dulcificando o processo de aprendizagem através do recurso ao Multimédia e facilitando o enriquecimento do significado mediante, designadamente, a possibilidade das hiperligações (vulgo: links).


Na vossa opinião, será que o texto continua um instrumento essencial? Ou será que perdeu importância e o que hoje em dia vale são sobretudo o som e a imagem? Até que ponto podem os segundos substituir o primeiro?


Afinal, como e-Formadores e ou conceptores de conteúdos formativos, quando escrevemos para a Web, em que medida acham que devemos limitar-nos ao texto ou recorrer a outras formas de colocação de informação como imagens, animações ou vídeos?


E o que entendem pela chamada «escrita não linear»? Será verdade que o e-Learning está melhor colocado do que quaisquer outros para a explorar?Aguardo as vossas opiniões.


Cito Hugo D. Valentim

Re: Egi-Learning, um exemplo a seguir

Gostaria de pensar mais transversalmente, pois acabo por abarcar (como muitos) várias gerações, o que me dá para pensar:


Os meus Pais (professor universitário ele; mestrado pela universidade aberta inglesa ela);
Os meus filhos (21, 16, 11 e 10 e agora 2 anos) na óptica da empresa Future Kids e na sua própria óptica.


São casos de sucesso, diferentes do que pude ler neste debate, mas que também contam a meu ver na evolução da e-Formação.
A geração dos meus Pais, sobretudo a minha Mãe, na condição em que chegou a Portugal nos anos 50 (Era proibido amamentar; tinha-se de ter ume empregada vinha do norte de 13 anos residente em casa; Minha Mãe não podia passear comigo em Alcântara; As mulheres só vestiam de preto - coisas assim...), que teve de lutar para se emancipar e conseguiu via a universidade aberta e aos 60 anos realizar o que aqui em Portugal (já chegados os anos 90) não podia por causa da língua e outros preconceitos. A universidade aberta, por via do correio electrónico e uso dos seus sites, apoiados pela documentação em suporte de papel, abriu-lhe o mundo e harmonizou a sua relação com a sociedade em que vive. Hoje é contadora de histórias da Câmara Municipal de Oeiras. Outra história interessante em si.


Mas o que me toca mais e daí ser um caso de sucesso (mais empresarial do que formativa quiçá) é o do Future Kids.
Sendo que os meus filhos cresceram nas mudanças - desde a bela máquina de escrever que ainda tenho, passando pela automática com fita, derrapando no meu velho LC da Mackintosh que um dia valerá também o seu dinheiro, os primeiros Pentiums (exigência do mercado de trabalho a que fui obrigado, pois sempre fui Mack-fanático) até este portátil que o mais novo chegou graça de entornar leite sobre ele - E SEMPRE, mas sempre todos eles absorveram a tecnologia como se já no seu código genético estivesse escrito como usar as teclas, o rato, ligar e desligar. Há uma naturalidade neles espantosa.


Se por um lado, a Future Kids soube agarrar esse mercado ( e em Lisboa, alguns dos meus filhos nela andaram e pude verificar isso), , por outro estamos na nossa relação de adultos com a e-Learning um pouco como eu estive quando em Coimbra visionei o filme "Alien" pela primeira vez: Naquele momento em que o actor vê o esqueleto do extraterrestre sentado e espreita para dentro dele... E ZÁZ!... Lá se vai o nosso sossego para o resto do filme.
Há medida que se vão renovando as gerações cada vez mais a "luva" que agora chamamos de e-Learning se tornará um quotidiano intrínseco e natural dessa gentinha que são o Gonçalo (10), o William (11) e o Carlos (2).


Daí ter já falado (no fórum e-Learning e Gestão de Conhceimento) do tal "gap" - Fosso terrivel que já nos coloca na nossa democracia mansa nos tempos indos dos Romanos e dos Gregos, sobretudo estes: Cidadãos da República e os outros...

Egi-Learning, um exemplo a seguir

O Egi-Learning da Escola Superior de Tecnologia e Gestão da Guarda, projecto que entre outros envolve a disponibilização complementar, em linha, dos conteúdos das cadeiras dos cursos presenciais, parece-me um excelente exemplo de como, inovando, o e-Learning pode servir de alavanca para combater as desvantagens da interioridade, prestigiando uma instituição e, simultaneamente, facilitando a vida aos alunos e aumentando o seu rendimento.É um exemplo igualmente brilhante de «revolução de mentalidades» e fomento tácito das «e-competências», tanto em quem frequenta os cursos como da totalidade dos docentes que acederam a cooperar e - por conseguinte - tiveram necessidade de se familiarizar com os novos formatos.Luminoso, ainda, no que representa de desbloqueio de certa mentalidade «fechada» e sectarista que entende que o conhecimento e actividades académicas constituem uma forma de «segredo», que não pode ser partilhado «fora de portas»; aliás um dos obstáculos a uma utilização mais intensiva do e-Learning entre muitas universidades nacionais.A página pode normalmente ser visitada no endereço:http://egi-learning.ipg.pt/Que vos parece?


Estão de acordo comigo? Conhecem mais instituições de ensino que tenham adoptado uma estratégia similar?


Cito Hugo Valentim