RIO E BRASÍLIA - O megainvestidor do setor imobiliário Sam Zell já disse  que o Brasil seria sua escolha, caso tivesse de fazer uma única aposta  nos próximos anos. Seguindo os passos de Zell, investidores estrangeiros  têm dirigido um novo olhar para a construção civil brasileira.  Ingleses, portugueses, espanhóis e chineses passaram a considerar  prédios residenciais e comerciais dos grandes centros do país como um  bom destino para seu dinheiro. Em parceria com a Apex, a Adit Brasil  (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico) captou em  2010 cerca de R$ 30 milhões em investimentos externos para a construção,  como mostra reportagem de Luciana Calaza e Geralda Doca publicada no  Morar Bem deste domingo.
Segundo analistas, esse total representará R$ 316 milhões em valor de  venda nos próximos dois anos - tempo em que as unidades terão sido  negociadas. E, diz o presidente da Adit Brasil, Luiz Henrique Lessa,  esses números ainda vão crescer, já que outras empresas estrangeiras  estão em negociação com empresários brasileiros.
Quebrando um paradigma no setor, a habitação para baixa renda, que conta  com subsídios do governo, chama especialmente a atenção dos  investidores, que desembarcam no Brasil em associações com empresas das  regiões Sudeste e Nordeste.
O presidente do Sinduscon-Rio, Roberto Kauffmann, diz que entre os  interessados estão europeus e chineses que atuam na Venezuela e querem  se instalar também no Brasil. Ele conta que há cerca de três meses  recebeu do Consulado da China uma sondagem em nome de dez empresários,  sendo que a metade estava interessada no segmento habitacional de baixa  renda.
Lessa ressalta que o Minha Casa, Minha Vida é um sucesso internacional e  vem atraindo investimentos de grupos estrangeiros. Como não são  "elegíveis" a atuar no programa federal, os investidores firmam parceria  com empresas locais, através de uma Sociedade de Propósito Específico  (SPE).
Entre as empresas que fizeram negócios no Brasil em 2010 está o fundo de  investimento inglês Charlemagne Capital, que negociou, junto com a  empresa alagoana Record Engenharia, a construção de um edifício de 312  unidades. Outra britânica, a RG Salamanca, foi além e fechou com a  Ecocil, do Rio Grande do Norte, 14 prédios para a classe média, num  total de 1.311 unidades. E já estão nos planos da dupla 25 mil unidades  para o Minha Casa Minha Vida. Os portugueses do grupo Avistar, por sua  vez, se associaram à construtora Teto Planejamento para erguer um prédio  de 110 unidades também dentro do Minha Casa.
Fontes:
Mo Globo
&
Anna Tavares
Corretora
JGM Brasil Brokers