A «escrita não linear» não é mais do que o produto dessas dimensões; Enquanto que o eLearning é uma ferramenta no uso dessas dimensões.
Veja-se, como exemplo curioso, http://www.geocities.com/Athens/Pantheon/2990/objetivos.html
Cito dessa página:
- "Buscando a compreensão do binômio Tecnologia e Educação, partindo dos recursos disponíveis no ambiente escolar, elaboramos um projeto que visa a construção de homepages, envolvendo a aquisição da linguagem verbal e não-verbal. A homepage é o resultado da elaboração de um sistema complexo simbólico de relações intertextuais e hipertextuais."- e -"Introduz-se novos elementos no desenvolvimento do indivíduo, e configura-se um outro tipo de escrita que exige um novo aprendizado. O aluno não conta apenas com o papel, a caneta e o dicionário, mas escreve num teclado, lê numa tela e seu texto é corrigido pelo auto-corretor de textos que lhe aponta os possíveis formas corretas. Para dominar a nova técnica, ele efetua processos de compreensão mentais mais complexos, diferente daquela do papel que ele já dominava."
- "O indivíduo depara-se com uma escrita não linear, pode fazer uso de imagens, palavras e sons simultaneamente, possui mobilidade espacial. Tudo isso facilita o processo de produção. A utilização de materiais diversos para ampliar ou representar um texto, dão à página um aspecto lúdico que transforma o ato de ler e escrever numa aprendizagem em forma de jogo."
Como formadores, devemos - no meu entender e prática - usar a escrita nesse contexto acima referido, multifacetado e sobretudo dinâmico na sua relação com o formando.
Fica-me, contudo, a sensação de que nos esquecemos de algo. Eu explico:
Defino à partida alguns vectores de análise, embora fora de contexto, que acabam por inflectir sobre as questões que o Hugo colocou:
a) O Conhecimento
Devemos manter presente que a forma escrita nunca foi necessariamente sinónima de Conhecimento: Na nossa civilização, a escrita verdadeiramente só surgiu com o Renascimento; Os Gregos davam a primazia à forma oral de transmissão conhecimento.
b) o "Gap"
Existem diversos "fossos" que ainda não foram abordados mas que limitam o e-learning:
1. A iliteracia informática da grande, esmagadora, percentagem da população divide cada vez mais a população e sobretudo as gerações.
Isto faz-me lembrar uma consultoria que fiz há poucos anos atrás para um construtor idoso de Albufeira; Cada vez que lhe explicava o que estava a fazer no seu computador, para ele e a sua empresa, surgia um esgar terrível na sua cara; Acabou, no final, por confessar que aquela máquina lhe fazia espécie e nada tinha percebido...
2. Na formação em geral, como em todas as áreas da nossa sociedade, existe um outro "entrincheiramento" que os Vossos comentários fazem sobressair: O das pessoas incapacitadas visual - e/ou auditivamente...
- Faz-me lembrar quando quis contratar em meados dos anos 90 um advogado invisual, via a ACAPO, para um dos meus escritórios; Todo o processo de aprendizagem foi, no contexto da actividade da mediação imobiliária, necessariamente oral. Não que ele não tivesse acesso a textos em Braille, mas existia uma imperiosa necessidade prática do exercício de funções...
c) Formas da aprendizagem e aquisição de conhecimentos
d) A dinâmica da formação
A formação, tal como o nosso ensino, peca por um excessivo uso do texto escrito, esquecendo que a oralidade, a musicalidade, o desenho manufacturado no quadro e na hora, são meios poderosos para motivar, incentivar e promover o formando na sua acção formativa.
Com isto termino dizendo que para mim o e-Learning terá sempre a necessidade de se misturar com a presencial, e que "as escritas" terão sempre de ser não lineares, pois de outro modo deixa de existir uma aprendizagem real e eficaz. Fica-se pelo faz de conta...
Pode ser portanto um grande contributo para a melhoria da formação.
Sem comentários:
Enviar um comentário